segunda-feira, 24 de março de 2008

A Balada dum Estranho - Jorge Plama

Hoje acordaste de uma forma diferente dos outros dias

Sentes-te estranhoTens as mãos húmidas e frias

Tentas lembrar-te de algum pesadelo Mas o esforço é em vão

Parece-te ouvir passos dentro de casa Mas não sabes de quem são

Deixas o quarto E vais à sala espreitar atrás do sofá

Mas aí tu já suspeitas que os fantasmas não estão lá

Vais à janela e ao olhares para fora Sentes que perdeste o teu centro

E de repente descobres Que chegou a hora de olhares para dentro

Porque há qualquer coisa que não bate certo

Qualquer coisa que deixaste para trás em aberto

Qualquer coisa que te impede de te veres ao espelho nu

E não podes deixar de sentir que o culpado és tu

Vês o teu nome escrito num envelope Que rasgas nervosamente

Tu já tinhas lido essa carta antecipadamente

E os teus olhos ignoram as letras E fixam as entrelinhas

E exclamas: "Mas afinal... estas palavras são minhas!"

O caminho para trás está vedado E tens um muro à tua frente

E quando olhas prós lados vês a mobília indiferente

E abandonas essa casa Onde sentiste o chão a fugir

Arquitectas outra morada, Mas sabes que estás a mentir

Porque há qualquer coisa que não bate certo

Qualquer coisa que deixaste para trás em aberto

Qualquer coisa que te impede de te veres ao espelho nu

E não podes deixar de sentir que o culpado és tu

E não podes deixar de sentir que o culpado és tu

Jorge Palma
post by:
risingstranger pk ha dias mesmo assim...

Sem comentários: